
Voltaste para o teu ex? Talvez não seja assim tão má ideia. Um estudo recente revela que mais de metade dos inquiridos (53%) admite ter reatado uma relação com um ex-parceiro. Descobre porquê.

Foto Ivan Babydov
Terminar uma relação é muitas vezes uma experiência complexa. Enquanto alguns optam por não olhar para trás, outros optam pela reconciliação com o seu ex. 53% dos inquiridos fizeram-no, de acordo com os resultados de um inquérito realizado pela Lovehoney.
Para este estudo do Lovehoney em 2022, foram inquiridos cerca de 2008 indivíduos. Destes, mais de metade admitiu continuar a ter relações sexuais com o seu antigo parceiro. Atribui este facto a uma “compatibilidade sexual” satisfatória. Rachel Wright, psicoterapeuta especializada em relações, sublinha as inúmeras vantagens de manter os laços com um ex.
No entanto, 42% dos inquiridos, na sua maioria com idades compreendidas entre os 18 e os 24 anos, afirmam que são mais propensos a cortar todos os contactos com o seu ex, o que muitas vezes os torna mais “hostis” para com eles. Apesar disso, a maioria não partilha esta perspetiva.
A – O desejo de manter a amizade com o teu ex é generalizado
Para muitos, é comum manter uma relação de amizade com o ex-companheiro. Para 52%, a principal razão é o facto de terem sido “amigos primeiro”. A perda desta amizade inicial é a principal preocupação para 31% dos inquiridos.
Para uma minoria (18%), o facto de partilharem o mesmo círculo social ou de terem filhos juntos mantém a amizade viva. Embora alguns prefiram cortar todos os contactos com o antigo parceiro, cada indivíduo lida com a separação à sua maneira, com situações específicas de cada relação.
B – Porque é que nos separ amos mais frequentemente?
“Les histoires d’amour finissent mal en général”, cantava a Rita Mitsouko. Ou “O amor dura 3 anos”, segundo Beigbeder. Mas e as razões? Infidelidade, rotina ou medo do compromisso: há muitas razões para acabar com uma relação. “Há tantas razões para a separação como histórias e personalidades nos casais”, diz a psicanalista Virginie Ferrara. No entanto, algumas causas são mais comuns do que outras. Apresentamos-te uma lista não exaustiva dos motivos mais comuns de separação:
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Dependência emocional
A dependência emocional, como explica o especialista em relações Alexandre Cormont, é uma fonte de sofrimento e de conflito para os casais. Muitas vezes, leva a uma insatisfação constante com a prova de amor do parceiro e pode levá-lo a sufocar. Os dependentes emocionais agarram-se muitas vezes a parceiros distantes por medo do abandono, o que alimenta o conflito e o sofrimento na relação, acabando por conduzir à separação.
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Tédio e rotina numa relação
Para manter a chama do amor acesa após vários anos de relacionamento, Alexandre Cormont recomenda quebrar a rotina fazendo uma nova atividade todas as semanas, individualmente ou em conjunto. Sublinha também a importância dos projectos comuns para evitar o tédio. Estes projectos, como viagens ou compras, permitem-te projetar-te no futuro e reforçar a durabilidade da relação.
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Falta de intimidade
A intimidade num casal engloba muito mais do que a sexualidade, como salienta Alexandre Cormont. Inclui também o toque, as pequenas atenções e os elogios, que são essenciais para criar um vínculo forte. Esta intimidade baseia-se também na confiança, na cumplicidade, no respeito e no conhecimento mútuo. Virginie Ferrara acrescenta que a falta de comunicação pode levar à falta de intimidade, uma vez que os parceiros podem perder-se nas suas obrigações profissionais e negligenciar a comunicação e a intimidade sexual.
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Falta de comunicação
A comunicação é frequentemente citada como essencial num casal, e a sua ausência pode ser um sinal preocupante. Esta falta de comunicação pode mascarar problemas mais profundos, levando a mal-entendidos, compromissos e conflitos crescentes. Virginie Ferrara salienta que quando os casais se negligenciam um ao outro, perdem progressivamente a sua vitalidade. Mesmo com a terapia de casal, a recuperação de uma ligação forte pode ser muito difícil, exigindo por vezes um novo começo. Embora isto possa levar tempo, é possível que a terapia conduza a uma separação se revelar um tédio ou um desalinhamento importante no casal.
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Traição e infidelidade
A infidelidade está muitas vezes na origem das separações. Alguns casais conseguem ultrapassar esta crise, mas para outros, a decisão de se separarem é inevitável. Esta decisão pode ser tomada em conjunto, ou por um dos parceiros que se apercebe que a relação já não é satisfatória.
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Falta de empenhamento
Os casais que não vivem juntos podem sofrer rupturas devido à falta de empenhamento de um dos parceiros. Este problema é frequentemente levantado pelas mulheres, que exprimem a sua frustração perante a recusa do parceiro em se comprometer emocionalmente. Esta relutância pode ter várias origens, tais como experiências passadas de abandono ou desilusão amorosa, ou o medo de perder a sua liberdade.

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C – É uma boa ideia reatar com o teu ex?
Muitos casais decidem dar uma segunda oportunidade a si próprios depois de uma primeira separação. Se és um dos que pensam em reconciliar-se com o teu ex, há uma explicação científica.
A ambivalência dos sentimentos durante uma separação
Numa série de estudos publicados na revista Social Psychological and Personality Science, investigadores da Universidade de Utah e da Universidade de Toronto perguntaram a indivíduos sobre as razões que os levaram a ficar ou a deixar a sua relação.
Entre as razões mais comuns para a permanência estão o otimismo (a esperança de que o parceiro mude), o investimento emocional na relação e as obrigações familiares. Por outro lado, os que desejam terminar a sua relação referem frequentemente a distância emocional, a falta de confiança ou a incompatibilidade geral com discussões frequentes.
Apesar destes sentimentos negativos, 49% das pessoas que tencionam deixar a relação exprimiram sentimentos contraditórios em relação à ideia de se separarem. Os investigadores observam que este resultado é coerente com o facto de cerca de 50% dos casais separados se reconciliarem, o que sugere que os sentimentos ambivalentes desempenham um papel crucial neste processo.
D – Os potenciais benefícios de dormir com o teu exnovamente
Contrariamente à crença popular, um estudo recente sugere que voltar a dormir com um ex pode ter benefícios para a saúde mental. Surpreendente, não achas?
Gastaste todos os teus lenços de papel, viste a totalidade de um nabo sentimental sem conforto, e mesmo assim não te sentes melhor? Talvez seja altura de considerares uma última aventura com o teu ex.
1 – As vantagens de voltar a namorar com o teu ex
“Não lhe ligues, não lhe escrevas, não lhe respondas, não o vejas e, sobretudo, não voltes a dormir com ele ou ela”. Este conselho bem intencionado é frequentemente dado a pessoas que acabaram de passar por uma separação. No entanto, de acordo com um estudo publicado no jornal oficial da Academia Internacional de Investigação Sexual, a realidade pode ser diferente.
Os investigadores da Wayne State University (EUA) questionaram diariamente cerca de 500 pessoas durante vários meses sobre os seus sentimentos. A maior parte das pessoas que retomaram as relações sexuais com o seu ex não encontrou dificuldades particulares para ultrapassar a separação.

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2 – Avisos a terem conta
A conclusão do estudo é clara: retomar as relações sexuais com um ex pode ser benéfico para a moral e a saúde, sem impedir a cura completa. Lembra-te, no entanto, que quando uma pessoa permanece emocionalmente ligada ao seu antigo parceiro, isso pode dificultar o processo de cura.
A reaproximação com um ex pode ser uma experiência positiva, mas apenas se ambas as partes concordarem. É importante lembrar que esses encontros não precisam levar a um relacionamento formal, a menos que ambos os parceiros decidam mutuamente fazê-lo.
E – Volta a juntar-se pelas razões certas
Por vezes, os sentimentos confusos de um casal levam-no a culpar a relação por todos os seus problemas. É muitas vezes difícil determinar se as dificuldades encontradas são normais ou se a separação é obrigatória.
Uma palavra final
A conclusão do estudo salienta um aspeto essencial: a separação é muitas vezes mais difícil para a pessoa que toma a decisão, pois é acompanhada de dúvidas. É por isso que muitos casais optam pela reconciliação após a separação. No entanto, é fundamental que não voltes a juntar-te por um sentimento de solidão ou de nostalgia. A reconciliação pode ser uma decisão bem ponderada, mas requer uma comunicação aberta e a vontade de construir uma relação sobre bases novas e saudáveis. Se a relação já falhou anteriormente, é essencial fazer mudanças para que a reconciliação seja um sucesso.
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