Psicologia

Erotismo ao ar livre: porque é que fantasiar ao ar livre nos excita tanto

Liberdade, transgressão e sensualidade ao ar livre

A primavera chega como uma suave bofetada na cara. O sol acaricia a pele, as pernas ficam nuas, os olhares escapam-se. E voltamos a sussurrar fantasias sobre fazer amor… ao ar livre. Não numa cama bem dobrada. Não. Lá fora. Debaixo das árvores, numa pedra quente, contra um carro que ainda cheira a autoestrada.

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Photo Frendsmans

Não há nada de vergonhoso nesta fantasia exterior. É ancestral, sensual, animal. E muito reveladora. Eis porque é que te excita tanto – e o que diz sobre ti. (Sim, tu. Mesmo que já estejas a corar.)

primavera = hormonas, calor… e pensamentos luxuriosos

Tudo o que precisas é de um raio de sol. Um terraço. Um vestido leve. Uma gargalhada mais alta do que o habitual. E pimba, o teu cérebro faz um zapping na lista de tarefas do dia para te enviar uma memória, uma imagem, uma emoção.
Não, não é um inseto. É biológico.

Quando a luz aumenta, o cérebro produz mais dopamina e serotonina. E o que é que estes adoráveis neurotransmissores fazem? Tornam-nos mais felizes, mais receptivos, mais vivos. E portanto… mais excitável.

E isto sem falar da testosterona, que também aumenta com a chegada do verão. Não só nos homens. Não, não é. Em toda a gente. A primavera é um lubrificante hormonal numa garrafa.

Começamos a abrir-nos como as flores – mas não para o pólen.

O ar livre, o teatro silencioso de todas as nossas fantasias

Fazer amor ao ar livre é uma fantasia quase universal. Não porque todos sonhamos em coçar o rabo numa floresta infestada de mosquitos. Mas porque o cenário ao ar livre simboliza tudo o que reprimimos durante o resto do ano:

  • a liberdade,
  • o momento,
  • o instinto,
  • a possibilidade de tudo ficar fora de controlo sem a supervisão dos pais (para os jovens adultos)

E depois há aquela pequena palavra que faz cócegas: risco.
O risco de ser apanhado em flagrante, de ser visto, ou de se conter mesmo antes de… oh não, demasiado tarde.

“Muitas vezes fantasio ser apanhado num beco vazio depois de uma festa. Mas na realidade, penso sempre: provavelmente há uma câmara de vigilância. E um homem da limpeza.”
Camille, 36 anos

Está a ver? A fantasia é a arte de transformar o belo no potencialmente sujo. Quente com potencialmente assustador. Liberdade com risco calculado.

Fantasia psicótica: e se o exterior fosse o teu interior?

A coisa fascinante sobre as fantasias ao ar livre é que elas raramente são sobre o lugar em si. Não é a árvore que excita. É a ideia de se render a ela.

Na realidade, poderíamos encontrar-nos seminus contra uma vedação de plástico e continuaria a ser excitante – porque está fora do enquadramento habitual.

Os nossos cérebros adoram anomalias, desencontros, experiências “fora do normal”. É por isso que o proibido é tão excitante. Não porque sejamos todos potenciais criminosos sexuais, mas porque a transgressão sugere que algo está prestes a mudar.
E a mudança é a antecâmara do prazer.

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Foto Jayrinho

🌬️ Os sentidos não esperaram pelo teu cérebro

Fazer amor ao ar livre é, antes de mais, uma viagem sensorial.
O vento na tua pele é uma mão imaginária.
O som das folhas é uma banda sonora improvisada.
A textura do chão é um lembrete: estamos vivos e não é suposto estarmos sempre bem.

Não pensamos muito nisso, mas o erotismo é também uma questão de decoração. Uma cama demasiado perfeita, demasiado macia, demasiado silenciosa… adormece-nos. A natureza, por outro lado, está sempre a excitar-nos. Ela arranha um pouco. Cheira um pouco. Vive.

E se a fantasia fosse suficiente?

É preciso dizer: a fantasia é uma zona livre.
Não há necessidade de a “realizar” para que seja jouissif. A fantasia é uma obra de arte em si mesma. Não está à espera de validação logística. Está lá para nos emocionar a partir do nosso sofá, debaixo do nosso edredão, ou no metro entre duas estações.

“Nunca fiz amor no exterior. Mas tenho fantasiado com isso desde que vi ‘Y Tu Mamá También’. Não é uma busca, é um motor. Não preciso dele, mas quero-o.”
Noah, 31 anos

Por vezes, sonhar já é fazer amor, mas com a mente. E, francamente, os orgasmos imaginários podem ser tão bons como os dos hotéis de 4 estrelas.

E se o quiseres mesmo fazer? Algumas regras para evitar acabar nu… em frente a um juiz

Escolhe o teu recreio

O sítio certo? Isolado, discreto, não demasiado arriscado. Evite a praia cheia de gente ou o parque às 6 da tarde. Prefira:

  • um jardim privado,
  • uma floresta isolada,
  • ou… o seu terraço, se for brincalhão e estiver bem exposto.

Planear o seu equipamento

Porque não, a relva pica. A areia faz comichão. E os seixos não perdoam. Sim, eu sei, é uma fantasia.

Planear o seu cenário

Não há necessidade de entrar em pânico, mas um mínimo de antecipação:

  • Quem é que consegue passar?
  • Onde deitar fora o preservativo?
  • Como vestir-se rapidamente?
  • Existe uma rede de contactos se as coisas se descontrolarem?

Não é muito sexy no papel, mas é mil vezes mais do que acabar com o rabo no ar em frente à polícia.

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Foto Israyosoy

🤫 E depois há as variantes ligeiras

Não é preciso fazer sexo selvagem na natureza para sentir o erotismo do ar livre. Também pode :

  • fazer amor num carro com vidros embaciados (clássico, mas ainda eficaz),
  • acariciá-la discretamente por baixo de uma saia num terraço,
  • ou simplesmente namoriscar com a ideia, numa troca de olhares, numa palavra sussurrada, num gesto lento.

O erotismo não é um espetáculo. Trata-se de tensão. A tensão que se acumula. Aquela que pode explodir. Aquela que se decide manter – ou não.

C perder comentários

O erotismo ao ar livre não é apenas uma questão de localização. Trata-se de desdobrar o desejo, como uma toalha de piquenique marota.
É uma oportunidade de fugir de tudo, literal e figurativamente.
E lembrar que o sexo não é apenas um guião bem elaborado, mas um jogo entre duas peles, duas respirações e o mundo à nossa volta, que pode ou não estar a assistir.

Então, o que vão fazer este fim de semana? Um passeio no bosque? Um desvio por um campo deserto? Ou apenas uma longa fantasia no banho, de olhos fechados, com o coração a bater?

XLoveCam não se responsabiliza pelo conteúdo do blogue que se diz ter sido escrito por uma entidade externa.

Sobre o autor

Pamela Dupont

Ao escrever sobre relacionamentos e sexualidade, Pamela Dupont encontrou sua paixão: criar artigos cativantes que exploram as emoções humanas. Cada projeto é para ela uma aventura cheia de desejo, amor e paixão. Através de seus artigos, ela busca tocar seus leitores, oferecendo-lhes perspectivas novas e enriquecedoras sobre suas próprias emoções e experiências.

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