Não éfácil falar desexualidade quando se é uma mulher árabe,mas elas praticam-na como toda a gente. E a sodomia é o seu prazer culpado , pois permite-lhes manterem-se virgens, como é exigido por muitas religiões.

A sexualidade e a religião muitas vezes não se misturam. Pelo menos, não nas religiões ditas “tradicionais”. Na minha opinião, isto é uma contradição, uma vez que uma boa sexualidade é essencial para a realização. Tal como ter prazer nela. Por isso, temos de praticar para descobrir o que é bom para nós e o que não é. E o prazer da próstata é um deles. De facto, a sodomia é particularmente apreciada nos círculos árabes muçulmanos, pois permite o prazer sexual ao mesmo tempo que preserva a virgindade da mulher. Mas não é a única razão. Há uma espécie de fascínio nesta relação de dominação.

Porque é que asodomia nosfascina?

Em 2019, 53% das mulheres francesas inquiridas num estudo do Ifop afirmaram já ter praticado o prazer anal. Este número está a aumentar de ano para ano, apesar de 72% das mulheres referirem dor “moderada a grave” durante estes actos (em comparação com 15% dos homens homossexuais). 29% admitem já ter recebido um anilingus, enquanto 29% já viram o seu parceiro ejacular no seu ânus. 17% dizem já ter feito anilingus na sua outra metade e 12% já inseriram um objeto. Como é que se explica uma tal diferença de experiências? Será uma questão de posição? Uma questão de prática? Um corpo mais apto para a sodomia? Um pouco de tudo?

Considera-se muitas vezes que entrar pela porta das traseiras, quando se é heterossexual, é um jogo de dominação sobre a outra pessoa, uma vez que se está a infligir “dor” desta forma. É uma fantasia de um homem ativo sobre uma mulher passiva. Mas os papéis podem ser invertidos, como no caso do pegging. Aliás, podemos ver neste estudo que apenas 22% das mulheres já colocaram um dedo no ânus de um homem. E, na minha experiência pessoal, quanto mais elevada for a sua posição na vida profissional, maior é a probabilidade de gostarem de dedilhados anais e de BDSM.

Outro ponto frequentemente salientado é a relação nojo/inveja. De facto, no imaginário coletivo, para além da relação de dominação, a sodomia tem algo de sujo. Sim, nem toda a gente está familiarizada com as práticas de enema anal para garantir a máxima higiene, pelo que se forjou na mente das pessoas a ideia de que o preenchimento do cu é doloroso e sujo. Como verás, é tudo uma questão de conhecimento desta prática sexual. É verdade que podem acontecer pequenos “acidentes”, mas se o terreno estiver bem preparado, tudo corre bem. E podes vir-te tão forte com uma boa sodomia, que seria uma pena não tentar.

Uma prática que está a tornar-se cada vez mais popular entre as mulheres orientais e ocidentais

A loucura por esta prática é confirmada noutros países europeus, como a Alemanha, a Itália e a Espanha, onde a sodomia é igualmente popular entre as mulheres heterossexuais. Estatisticamente, o relatório revela que o sexo anal é mais popular entre as pessoas com idades compreendidas entre os 40 e os 60 anos…

De facto, o sexo anal tende a tornar-se mais popular entre as mulheres francesas (com 30 anos ou mais) à medida que envelhecem. Para as mulheres árabes, pelo contrário, o sexo anal é praticado mais cedo, pelo menos para aquelas que querem ser sexualmente activas apesar de certas restrições religiosas, sociais ou familiares. Além disso, entre as mulheres, a sodomia é quase tão apreciada pelas mulheres com diplomas como pelas que têm apenas o bacharelato. O que surpreende um pouco é o facto de se tratar de uma prática mais rural do que urbana.

E, no entanto, apesar da libertação da sexualidade e do prazer femininos, ficamos a saber que o nível de insatisfação sexual das mulheres francesas está mais próximo do observado nos países mediterrânicos, como a Itália (30%) e a Espanha (28%). Apenas 27% e 23% das mulheres, respetivamente, se consideram sexualmente insatisfeitas. Apesar de ser em França que as mulheres têm mais probabilidades de ter tido mais de 10 parceiros sexuais ao longo da sua vida. Será que se trata de um caso de savoir-faire francês desperdiçado?

Prazer anal, proibido pela religião

É frequente ouvirmos dizer nas religiões católica e muçulmana, para citar apenas algumas, que o prazer prostático é proibido. Mas porquê? Para as mulheres católicas, é para preservar a família e banir a homossexualidade. Para as mulheres muçulmanas, trata-se de… conforto. De facto, a proibição vem do Profeta Maomé. Ele sabia que o ânus não se lubrifica naturalmente e, no seu tempo, as relações sexuais eram feitas a seco, sem lubrificante. Por isso, para evitar que as mulheres sofressem enquanto os homens tinham prazer, a sodomia tornou-se tabu. Assim, parece que o Islão se recusa a permitir que a felicidade dos homens seja construída sobre a infelicidade das mulheres. Gosto desta ideia.

É também por isso que as mulheres árabes gostam de praticar a pequena porta das traseiras, porque é suposto tratar-se do prazer de ambos os parceiros. E porque o lubrificante existe desde então. Mas, pelo que ouvimos ou lemos aqui e ali, a esmagadora maioria dos que praticam a sodomia não sentem qualquer prazer, e praticam-na apenas para agradar ao outro, ou para não criar tensão no casal, ou mesmo para não parecerem rígidos, e não para se agradarem a si próprios. No que diz respeito à prática sexual, o muçulmano não deve pensar apenas no seu próprio prazer, mas também “e posso mesmo dizer sobretudo” no prazer do seu parceiro. Impor uma prática que vai contra o desejo dela é tudo menos islâmico. Não há compulsão na religião… não há compulsão no ato sexual.

Apesar disso. .

Mesmo que os dogmas estejam a travar as mulheres na descoberta da sua sexualidade, podemos constatar que, com o passar dos anos, o prazer feminino está a ganhar cada vez mais importância, e a sodomia é uma das práticas sexuais que está a tornar-se parte do mainstream, desde que praticada corretamente e com o consentimento do teu parceiro. E quando assim é, cuidado, orgasmo à vista!

“XLoveCam não se responsabiliza pelo conteúdo do blogue que é declarado como sendoescrito por uma parte externa”